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Quais histórias o seu medo te conta?

Frequentemente, mulheres buscam psicoterapia queixando-se de que estão ansiosas, angustiadas, perdidas, inseguras. Muitas vezes, observo que o que está por trás disso tudo é um único sentimento: o medo. O medo é um sentimento difícil de ser nomeado. Nem sempre conseguimos identificar quando ele está sendo o pano de fundo do nosso modo de viver.

O medo pode estar travando qualquer área da sua vida: profissional, amorosa, pessoal, etc. Mas ele é traiçoeiro, pois pode ser extremamente confortável. Ele se manifesta em sintomas que travam a sua realização, te fazendo duvidar de si mesma ou do que você é capaz de conquistar. Trabalhar o medo é um processo fundamental em uma psicoterapia. Vou resumir aqui, didaticamente, cinco pontos importantes que podem te ajudar a lidar com esse sentimento.

1. Identifique quais histórias o seu medo te conta

Esse ponto deve ser o primeiro passo e é fundamental. Faça-se essa pergunta: quais são as histórias que o seu medo te conta? Que você não tem capacidade suficiente para ser uma profissional de sucesso? Que você não é uma pessoa interessante e não tem nada de bom a contribuir para os outros, ou para o mundo? Que você não é inteligente ou que suas opiniões não são relevantes? Que você não merece ser amada? Que você nunca vai viver um amor de verdade? Que você não é bonita, sexy ou atraente? Que você não é querida? Que não tem amigos? Que não faz diferença na vida das pessoas? Que não é uma boa mãe? Que as coisas não vão dar certo pra você? Que você não vai saber se virar quando algo sair do planejado? Que seu valor é condicionado ao tratamento que as pessoas te dão (ou seja, sente-se sem valor quando é maltratada)?

Identifique essas falácias que seu medo te conta. Enumere todas essas histórias em que ele te faz acreditar.

2. Reconheça que ele é confortável

Achamos que temos medo do fracasso, da decepção... Mas é o contrário. O maior medo do ser humano é o sucesso e a realização. Quando você é uma pessoa incapaz e fracassa, você apenas seguiu o esperado. Você pode até se entristecer, mas sua psique reconhece aquela tristeza como familiar. E nossa mente gosta do que é familiar, pois isso poupa energia. Aprender caminhos desconhecidos e inexplorados dá muito trabalho pra nossa mente.

O medo é esse sentimento que te faz seguir sempre as mesmas rotas. Ele é uma cama quentinha num dia de chuva, te convidando a permanecer protegida ao invés de encarar o que tem lá fora. Porque o desconhecido assusta. Ele te conta histórias sobre o quanto você é incapaz e infeliz, para que, assim, você não arrisque. Não arriscando, você se mantém ali, naquela cama quentinha, naquela tristeza familiar.

Se esconder é muito mais confortável do que se expor, dar a cara a tapa, assumir uma postura de autoconfiança. Então, esse é o segundo passo: reconhecer que o medo é confortável. Reconhecer que uma parte de você não quer abrir mão dele, porque prefere a segurança desse escudo protetor.

3. Converse com seu medo

Mas outra parte de você, quer! E é por isso que você está lendo esse texto. Então, converse com o seu medo. Isso mesmo. Pergunte a ele: “Do que você está me protegendo tanto?”. Ouça a resposta! Entenda do que você tanto se protege. Essa conversa pode ser muito profunda, se você realmente conseguir colocar em prática. Repita: “Medo, eu sou grata por você tentar me proteger, mas eu não preciso mais de você, eu posso seguir sozinha, eu dou conta”.

Repita e sinta essas palavras!

4. Experimente se enxergar de uma forma diferente

E agora você pode, então, tentar colocar em prática e sentir uma nova maneira de se ver. Para isso, você deve confrontar aquelas histórias que identificou no primeiro ponto. Experimente rebater todos aqueles pensamentos disfuncionais sobre si mesma, que só servem para gerar sentimentos de inferioridade, desamparo, tristeza, carência. Aprenda a confrontar esses pensamentos. Arrisque assumir uma nova postura na sua vida e em todas as suas relações. Imagine-se como alguém capaz, inteligente, interessante, carismática e cativante. Imagine-se como alguém que tem muito a contribuir nos espaços que você frequenta e que, por isso, as pessoas querem ouvir. Imagine-se como alguém que não depende do que vem do outro para saber do seu próprio valor. Imagine-se como alguém plenamente realizada com o que você é neste exato momento – não com o que pode vir a ser, mas com o que você é, agora. Assustador, não? Sim, acredite: é exatamente disso que você tem medo.

5. Repita sempre que necessário

Não tenha a ilusão de que, feito esse exercício, estão resolvidos os seus problemas. Nos livrar de nossos escudos protetores não é tarefa fácil. Repita essa conversa com seu(s) medo(s) sempre que necessário. Busque ajuda! Nossa mente é terreno misterioso e uma boa psicoterapia pode ser de grande ajuda no processo de descobrir em você essa versão de si que você busca, mas da qual tanto se protege.

O nosso maior medo é viver sem medo, e ser tudo o que sabemos que podemos ser!

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